História do Legislativo Castrense

por csc — publicado 07/05/2015 11h35, última modificação 02/07/2015 16h12

Nossa história começa há mais de 300 anos...

 

Eram grandes extensões de terras férteis divididas por rios, que por ordem da Coroa Portuguesa foram doadas por meio político à família Taques de Almeida.

Deferida as pretensões de Pedro Taques de Almeida, seus filhos e genros, as terras dos municípios de Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro e parte de Ponta Grossa pertenceriam a esta família. Impossibilitados de obter o colossal latifúndio, cada um deles, com o aval de José Góes de Moraes (capitão-mor da Província Paulista), requereu sua sesmaria, obedecendo aos limites da área estabelecida pelas concessões da Coroa.

O povoado que se formou na terra dos Taques, às margens do Rio Iapó, transformou-se em freguesia, em 1774, com a construção pelos frades carmelitas da Capela de Sant’Ana.

A freguesia com o nome de Santana do Iapó era subordinada administrativamente à Câmara da Vila de Curitiba.

Em torno da Capela havia poucas casas, no ano de 1780 contava com 688 pessoas, sendo 479 livres e 209 escravos. A economia era agrícola, produtora de milho, feijão, arroz e trigo, cuja farinha era usada na fabricação de pão alvo, na pecuária dedicaram-se mais na criação de bovinos e eqüinos.

Em 24 de setembro de 1788 o general Bernardo José de Lorena, atendendo representação do Dr. Ouvidor da Comarca de Paranaguá, Francisco Leandro de Toledo Rendon, ordenou-lhe que passasse a freguesia e a elevasse a vila.

Os três fundamentos invocados para a necessidade da criação da vila foram: a situação geográfica da freguesia, a inexistência de autoridades obedientes ao Reino e a criminalidade impune.

No dia 20 de janeiro de 1789, na maior solenidade possível, o povo reunido na presença do Ouvidor Rendon e sua caravana, levantou-se o pelourinho (símbolo da justiça), demarcou-se o local da Câmara (fundação) e a cadeia, finalmente indicando a eleição para juízes ordinários, vereadores e demais oficiais da Câmara.

Com essa solenidade estava criada a Vila Nova de Castro, comarca de Paranaguá e Curitiba sendo esse nome em homenagem ao Ministro português Martinho de Mello e Castro.

Os anos foram passando, os tropeiros sempre no curso entre Sorocaba e Rio Grande do Sul,

Castro, sendo exatamente o meio do caminho, era ponto de encontro e de negociações, a principal atividade, consistia na compra de animais do Rio Grande do Sul, venda de erva-mate, couro, queijo, etc. para toda a região.

Sendo subordinada a Província de São Paulo, tínhamos dificuldades de comunicação pela distância, os tributos eram cobrados, mas quando necessitávamos de colaboração na administração da Comarca, sempre éramos ignorados.

Um movimento político organizado para conseguir a emancipação da Província de São Paulo teve início na Câmara de Paranaguá, que solicitou cooperação no sentido de criação de uma nova Província nas demais Vilas.

A 5º Comarca possuía recursos econômicos suficientes para se auto-governar, não dependendo em nada da Província de São Paulo. Mas, os parlamentares paulistas se opunham tenazmente à criação da Província, prolongando os debates de 1843 a 1853, quando em 29 de agosto era publicada a lei nº 704, desmembrando o território paranaense do paulista.

A instalação a província se deu em 19 de dezembro de 1853, constituindo o nosso primeiro governo autônomo, começando pela organização das vilas e cidades.

Em 1854, especificamente no dia 26 de julho do referido ano, pela lei nº 2, era criada a Comarca de Castro, sendo instalada em 21 de dezembro do mesmo ano.

Castro foi elevado à categoria de cidade no dia 21 de janeiro de 1857.

Já como terceira Comarca, agora cidade, entusiasmou vereadores e demais autoridades a fazer alguma coisa para alterar a fisionomia das ruas e serviços de utilidade.As finanças da nova cidade passaram a ser disciplinadas, aumentando os encargos de viajantes e passando a cobrar imposto predial dos proprietários das moradias.

A cidade melhorava dia-a-dia, praças arborizadas, execução de ensino obrigatório, combate ao jogo, organização do quadro urbano.

Recebemos a visita de Dom Pedro II no ano de 1881, o qual deliberou a construção de uma casa de aulas (escola) para a alfabetização de crianças e adultos, conheceu a professora Emília Erichsen, quem muito simpatizou. (Emília Erichsen fundou o primeiro jardim de infância do Brasil).

A primeira leva de imigrantes holandeses chegou na cidade em 1885, após, desembarcaram os alemães, japoneses, poloneses, ucranianos, italianos e árabes. Vieram decorrentes da Revolução, aqui receberam terras para o trabalho, fixando suas famílias e culturas.

Atualmente nossa economia é constituída de agricultura e pecuária de alta tecnologia, também somos o maior produtor de calcário do Brasil.

Castro é a cidade mãe do Paraná e orgulhosos por nossa história convidamos a todos os brasileiros que conheçam nosso patrimônio, nossa natureza pródiga, nossos saltos e nosso Canyon Guartelá, sexto maior do mundo.

Terra que se originou de tropeiros, muito hospedeira e convidativa.

Vamos em frente a cada dia evoluindo e valorizando cada momento de nossa história, pensando globalmente e agindo localmente, para cada vez mais construirmos uma democracia sólida e constante.